Uma mulher que se chama Keila da Silva, de 37 anos, moradora da cidade de Rondonópolis (MT), afirma que é de Rondônia e que teria sido, no seu ‘entendimento’, levada pelo seu padrasto, quando tinha em torno de seis anos de idade para Brasília (DF), sendo separada do restante da família.
A sua história de vida, formada por momentos trágicos, dentre eles, a separação dos irmãos Roberto e Mauro, a troca de seu nome e a fuga para outra parte do país, pode ser conhecida em Rondônia e ela, busca por parentes, a fim de localizá-los e reencontra-los.
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Keila disse que assim que sua mãe se casou novamente, ela engravidou do seu padrasto. Ao ganhar a criança no hospital, os médicos teriam dito que somente um milagre salvaria sua vida, mas ela não soube dizer que tipo de doença seria.
A criança nasceu e foi doada à outra família. Era um menino. Ela não tem ideia de quem possa ter ficado com seu irmão. Com sua mãe morta, seu padrasto teria resolvido ir embora da cidade rondoniense que moravam, porém, o irmão mais velho de Keila, que se chamava Roberto, teria tentado impedir, mas o padrasto o teria deixado num trabalho que estavam fazendo e raptado Keila e uma irmã.
A viagem foi para Brasília (DF), onde teriam ficado num albergue. Segundo Keila, o padrasto teria se relacionado com uma mulher chamada Cícera Inês da Silva. Envolvidos, foram morar numa fazenda, que pertenceria a um homem de nome Euclides.
Depois de algum tempo morando na fazenda, a menina teria sido raptada pela madrasta para São Paulo. Keila teria sido obrigada a inventar que estaria sentindo dores nas partes intimas e com isto, Cícera Inês a teria raptado, junto com a irmã.
Em São Paulo foram deixados na casa da irmã de Cícera Inês uma mulher de nome “Lica”. Depois disso, a mulher que as raptou, teria seguido para o Estado da Bahia, onde buscaria por um ex-amásio.
A história de Keila e sua irmã, que posteriormente viria se chamar Camila, não parou por aí. Depois de algum tempo na casa de Lica, novamente viajaram, desta vez para Aracaju (SE), onde foram registradas como filhas do casal. Keila e Camila agora tinham documentos e estavam ligadas ao novo pai, de nome Roberto Augusto da Silva.
Só que o casamento acabou e Roberto teria ido embora com outra mulher. De acordo com Keila, a mulher andava com três crianças, sendo que uma delas, era sua neta. O propósito era fazer as crianças pedirem dinheiro e havia meta a ser alcançada por cada uma delas.
A história envolve vários outros crimes praticados pela mulher de nome Cícera Inês que raptou Keila e a irmã. Depois de Sergipe, seguiram para a Bahia e lá, numa fazenda de cacau, a mulher teria roubado um menino de uma família de trabalhadores do local, após inventar uma história de que estava doente. O menino teria sido registrado como Cleiton e era usado para pedir dinheiro as pessoas.
Depois de um tempo, o menino cresceu e já não tinha serventia para Cícera Inês. Ela então resolveu roubar outra criança, mas Keila não conta o que houve. Ela narra que muitas vezes passou por apuros, com homens querendo abusar dela e que a mulher que a raptou, usava drogas e queria que as meninas também usassem. “Ela me ofereceu maconha”.
Da Bahia, retornaram para Simão Dias em Sergipe. Lá continuaram pedindo dinheiro nas ruas para as pessoas e Keila foi abusada por um homem chamado Paraná, que só não a estuprou, mas a tocou. Cícera Inês disse que era mentira.
Após um tempo, retornaram para Brasília (DF), onde um casal chamado Chico e Maria, adotaram Camila, a irmã de Keila. O fato traumatizou muito a menina, que já estava afastada de Roberto e Mauro, irmãos que ficaram em Rondônia e agora estava sem a irmã. Keila lembrava que havia prometido para sua mãe no leito de morte, que não se separaria da irmã, mas foi levada a força para São Paulo.
A história de Keila só fica mais traumática! Após deixar Cleiton e Keila num barraco na capital paulista, Cícera Inês viajou e passou muito tempo fora, retornando com um bebê, de aproximadamente dois meses, que Keila cuidou como se fosse filho. Ela contou que a criança chegou toda assada, com vermelhidão no bumbum e chorava muito.
Keila tem 37 anos atualmente e trabalha num hospital em Rondonópolis. O restante da história, ela quer contar pessoalmente, rodeada dos irmãos Roberto e Mauro que ficaram em Rondônia, além dos que foram raptados e criados com ela.
Jornal Eletrônico Portal P1