Moradores que residem próximo de áreas atingidas pelo rio Madeira, em Porto Velho, além dos problemas decorrentes do avanço da água, enfrentam ainda a ameça de contaminação pela bactéria “Leptospira”, que causa a leptospirose. A zoonose infectocontagiosa é transmitida pela urina do rato, lama ou água contaminada.
Segundo dados do Programa Estadual de Vigilância e Controle da Leptospirose, em 2017 foram notificados 314 casos suspeitos da doença, no Sistema de Agravo de Notificação (Sinan). Desses, 86 casos foram investigados, 26 pacientes tiveram confirmação da doença e, desses, 24 foram confirmados por critério laboratorial e dois óbitos.
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O alerta do risco da leptospirose, por causa do aumento do nível do rio Madeira, foi feito nesta semana pela médica infectologista Ester Aita, do Centro de Medicina Tropical de Rondônia (Cemetron).
Segundo a profissional, quem reside nas áreas próximas a mancha de alagação deve evitar a exposição as águas do rio e das chuvas que acumulam nas ruas e avenidas.
Os pais também devem tomar cuidado para que as crianças não brinquem nas enxurradas e lamas que acumulam perto das residências, segundo Ester Aita. De acordo com a especialista, o simples contato da água contaminada com a pele pode causar a doença.
Sobre as pessoas que trabalham expostos aos riscos, a médica indica a utilização da proteção individual, como máscaras, botas e luvas.
Em casos de alagamentos nas residências, for fazer a limpeza deve redobrar os cuidados para não ter contato com as águas contaminadas e lavar com bastante água sanitária.
Sobre os sintomas da doença, a infectologista diz que a maioria dos casos apresenta gripe, febre, dores de cabeça e no corpo, mas também pode apresentar dores de lombalgia, nas panturrilhas e vômitos. Em todos os casos, conforme orientação do Cemetron, o paciente deve procurar atendimento médico em uma unidade de saúde próxima de sua casa.