Nesta sexta-feira (16) a prisão de três deputados do MDB na Operação Cadeia Velha completa um ano, sem que o Conselho de Ética da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro tenha realizado uma reunião sequer. O pedido de cassação de Jorge Picciani, Paulo Melo e Edson Albertassi foi feito logo após a ação da força-tarefa, mas não andou.
O gasto público com o salário dos emedebistas e de seus funcionários já chega a R$ 6,6 milhões, de acordo com levantamento feito pelo G1. O cálculo exclui benefícios como bolsa-escola e auxílio alimentação.
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Os parlamentares presos continuam recebendo seus salários, de R$ 25.322,25. Juntos, depois de um ano, custaram R$ 911 mil aos cofres públicos. Os gabinetes dos presos também seguem funcionando. São 20 funcionários em cada um deles, num total mensal de R$ 160.516,82.
Uma reunião para discutir cassações foi marcada para o próximo dia 22, segundo o presidente do Conselho de Ética, André Lazaroni (MDB).
Picciani, Paulo Melo e Albertassi negam todas as denúncias.
Corregedor está preso
Lazaroni diz, no entanto, que a abertura da investigação não caberia a ele, mas sim ao corregedor parlamentar Chiquinho da Mangueira (PSC). Chiquinho foi preso na Operação Furna da Onça, desdobramento da Cadeia Velha, na semana passada. Nela, foram presos sete deputados que estavam em liberdade e os três emedebistas tiveram as prisões renovadas.
“A corregedoria tem que responder (se demorou), eu sempre disse que investigação é com corregedoria. O corregedor inclusive está preso, tem que perguntar a ele. Realmente acho que a Casa poderia ter dado celeridade, mas não depende só do deputado André Lazaroni, que é presidente do Conselho de Ética. A gente só instrui, não fazemos investigação”, diz Lazaroni.
Marcos Muller (PHS) foi escolhido por ele como relator do processo de cassação e diz que não concluiu o relatório porque está “pedindo informações”. A reunião do próximo dia 22, afirmou, foi marcada a seu pedido.
“Não demorou demais não (para analisar o pedido de cassação). Está sendo feito tudo dentro dos trâmites legais, pedi para marcar a sessão no dia 22. Eu pedi prorrogação, andei meio doente. A Casa, aqui, nós queremos transparência”.
Há seis meses, o G1 mostrou que a investigação na Alerj estava parada.Agora corregedor titular, após a prisão de Chiquinho da Mangueira, Iranildo Campos disse na ocasião que o processo andava normalmente. “Não é num estalar de dedos que resolve não”, concluiu.
Por Gabriel Barreira, G1 Rio