Gleice Kelly, presidente Municipal do PL Mulher de Apuí – AM, é uma mulher, filha, mãe e enfermeira. Ela é uma empreendedora que possui sensibilidade, simplicidade, leveza, gentileza, amor e fé. Deus a presenteou com a vida e, de brinde, deu a ela forças e a alegria de viver plenamente. Mesmo que seus dias sejam difíceis, Deus sempre mostra uma saída, e é por isso que ela nunca desiste de lutar.
Ela recebeu o convite para ser a presidente do PL Mulher Municipal de Apuí há apenas alguns meses. Mesmo resistindo, pediu a direção de Deus sobre esse comprometimento e começou a entender a importância das mulheres na política. O crescimento das mulheres no meio político não apenas reflete uma mudança nas estruturas de poder e na representatividade, mas também tem o potencial de gerar um impacto positivo e duradouro nas políticas públicas, na governança, na cultura política e na construção de uma sociedade mais justa e igualitária.
À medida que as mulheres continuam a assumir papéis de liderança na política e na sociedade, é essencial reconhecer e valorizar sua contribuição para o avanço da democracia, da igualdade de gênero e do bem-estar social.
Gleice Kelly tem muito orgulho de ter nascido e crescido em Apuí, uma cidade de pessoas trabalhadoras e generosas de várias maneiras. Seu desejo é que Deus abençoe a todos com um futuro próspero, com mais qualidade de vida para o povo.
Gleice foi mãe muito jovem e tem uma filha encantadora chamada Ana Lohana, a quem ela é grata a Deus por sua vida. Gleice é filha da Dona Tânia, uma mulher guerreira, trabalhadora, corajosa e heroína que nunca mediu esforços para ajudá-la. Dona Tânia está sempre ao seu lado nos momentos bons e ruins.
Gleice teve que mudar-se para Porto Velho para estudar e oferecer um futuro melhor para sua família, onde enfrentou grandes desafios durante esse período de estudos. Após formada, Gleice Kelly retornou para Apuí com o coração cheio de esperança e desejo de colocar em prática suas habilidades em prol do próximo.
Após ser graduada, o sonho de Gleice estava completo e sua felicidade não cabia em seu coração. Assim, iniciou uma nova etapa de sua vida. Mas o que ela não imaginava era que estava próxima a passar por grandes provações, um verdadeiro deserto em sua vida profissional. As portas se fecharam, impedindo o avanço de seus sonhos de ajudar as pessoas com seu conhecimento. Suas lágrimas rolaram, e sua luta foi travada contra o sistema, contra os “nãos” que recebeu e as portas que se fecharam. Seu sofrimento foi maior que o esperado. Seu desejo era trabalhar pela saúde de Apuí e ganhar mais experiência profissional, mas as portas foram fechadas pelos homens.
Gleice Kelly iniciou um trabalho voluntário junto a sua mãe no HEB, onde surgiu a primeira oportunidade de ajudar as pessoas. Nesse hospital, ela foi bem recepcionada pelos colegas de profissão, iniciando ali uma jornada de trabalho onde permaneceu por quase dois anos, atendendo pessoas, cuidando de doentes e atuando na saúde como voluntária.
Nesse tempo, Gleice conheceu uma pessoa muito especial que ofereceu a ela uma oportunidade de ser remunerada pelo seu trabalho, abrindo as portas para sua atuação na saúde da cidade vizinha de Jacareacanga, PA.
Ela aceitou a oportunidade e, mesmo com uma filha pequena, encarou os desafios da estrada para assumir um cargo de enfermeira na cidade vizinha. Seu sonho era ajudar sua mãe, Dona Tânia, que tanto se dedicou para sua formação em enfermagem. Agora ela queria retribuir esse amor e carinho. Ela começou a trabalhar incansavelmente nesse novo emprego, onde iniciou sua carreira na enfermagem em Jacareacanga, PA, já com boa experiência adquirida durante o tempo de voluntária em Apuí. Gleice Kelly foi bem recebida pela equipe do HMJ e, com o passar dos anos, foi se especializando, adquirindo mais experiência e ganhando a admiração e respeito de muitos profissionais de sua área de atuação. Nesse tempo, assumiu o cargo de gerente de enfermagem por algum tempo.
Anos mais tarde, uma grande amiga de Gleice assumiu a Secretaria de Saúde de Apuí, estendendo o convite para seu retorno à atuação na saúde de sua cidade. Gleice retornou a atuar na saúde municipal de Apuí no HEB, e nesse momento lembrou-se de todas as humilhações que passou. Foi como um filme em sua cabeça. Ela recordou uma oração que fez a Deus: “Deus, hoje estou tendo que me mudar da minha cidade natal para Jacareacanga por falta de oportunidade de emprego em Apuí, mas tenho gratidão por este lugar. Até aqui o senhor tem me sustentado, tem me tornado forte, e no momento certo retornarei. Sou grata por essa oportunidade de iniciar minha carreira em outra cidade.” Assim, lembrou Gleice em seu retorno para Apuí.
Gleice nunca perdeu a esperança de um dia retornar à sua terra natal, onde sempre sonhou atuar na sua área de formação. Dessa vez, as portas estavam se abrindo, e Deus estava honrando-a por suas lutas, dificuldades e tribulações enfrentadas ao longo de sua jornada na enfermagem.
Gleice trabalhou como enfermeira na Assistência por alguns meses e logo assumiu a gerência de enfermagem em Apuí. Ela sempre foi muito dedicada e foi reconhecida pelo seu desempenho, sendo considerada a enfermeira mais experiente dessa época. Todos os sofrimentos que enfrentou a tornaram forte ao longo desses anos.
Em 2020, chegou ao Brasil a maior pandemia da história, a COVID-19. As notícias se espalhavam que o vírus tomava conta de todos os lugares e cidades, incluindo Apuí. Nesse momento, começaram a traçar metas e planos para conter os avanços da pandemia, usando estratégias de isolamento e alas de contenção da pandemia. Desde o primeiro caso de COVID-19 em Apuí, Gleice estava à frente, realizando o primeiro teste e comprovando o primeiro caso positivo. Nesse mesmo dia, iniciaram um mapeamento com pessoas que possuíam os sintomas da COVID-19 e foram confirmadas 11 pessoas com a doença.
Diversos profissionais de saúde, com medo de serem afetados pelo vírus que matava milhares de pessoas, se negaram a trabalhar dentro da ala de isolamento da COVID-19. Nesse momento, Gleice Kelly tomou a frente dessa situação e, com muita coragem e dedicação, prontificou-se a ficar em confinamento junto aos pacientes afetados pela doença, onde cuidou de todos com amor, carinho e coragem.
Gleice e mais uma corajosa técnica de enfermagem foram as únicas que arriscaram suas vidas naquele primeiro momento em prol da vida de muitos isolados com COVID-19. Elas passaram a estudar e a fazer protocolos sobre o vírus, em conformidade com orientações do Ministério da Saúde. Gleice Kelly e a técnica permaneceram por 90 dias consecutivos morando e trabalhando dentro da ala de isolamento da COVID-19, onde presenciaram diversas pessoas morrerem e muitas sendo curadas dessa terrível pandemia. Gleice orava todos os dias pedindo forças e proteção divina para suportar a pressão psicológica e física que a COVID-19 trazia, e Deus deu a elas forças.
Gleice teve que abrir mão de sua família, de sua casa e amigos para cuidar de pessoas afetadas pelo coronavírus. Ela não sabia se seria possível retornar para sua família com vida, mas honrou o juramento que fez em sua graduação, de cuidar de pessoas e zelar pela vida.
Muitos amigos e colegas de trabalho perderam suas vidas ao longo da pandemia de COVID-19. Durante essa pandemia, houve o período eleitoral, onde o atual gestor municipal ganhou as eleições. Esse gestor, não aceitando que o voto seja individual e democrático, começou a realizar diversas perseguições políticas, e Gleice Kelly foi diretamente afetada por essas perseguições. Logo, Gleice estava sendo ameaçada de ser despedida de suas funções. No entanto, não se abalou com essas atitudes do atual prefeito de Apuí e continuou servindo as pessoas e cuidando dos doentes que estavam no leito, precisando de sua ajuda.
Naquele ano, próximo do Natal, um tio padrinho da filha de Gleice foi internado com sintomas de COVID-19. O caso se agravou no dia 31 de dezembro e, no dia 1º de janeiro, às dez horas da manhã, ele foi entubado. Gleice ficou ao seu lado lutando o dia inteiro junto com a equipe, mas ele não resistiu e faleceu. Esse episódio marcou muito a vida de Gleice, deixando-a abalada. No dia 1º de janeiro de 2021, o contrato de Gleice venceu, e o atual prefeito da cidade não reconheceu seu talento nem sua dedicação ao município, nem mesmo pela sua atuação frente à COVID-19, instigando assim uma perseguição política que tirou Gleice Kelly do cargo que exercia.
Mas, mesmo diante de todas as perseguições sofridas, Gleice não perdeu a fé e não se deixou abalar com tudo que sofreu. Ela levantou a cabeça e foi à luta como uma guerreira que não perde a guerra. Gleice se reinventou e se tornou uma empreendedora na área de estética, atendendo em sua casa diretamente nesse início.
Meses mais tarde, ela recebeu um novo convite
para retornar à sua atuação na saúde de Jacareacanga, onde conseguia conciliar a enfermagem e a estética.
Veio então a segunda onda da COVID-19, mas Gleice estava habituada na condução profissional contra o vírus.
Gleice Kelly abriu uma nova empresa de estética particular em Jacareacanga, onde conseguiu conciliar seu trabalho na clínica e na enfermagem, ainda ampliando a empresa, construindo um centro multiprofissional com uma equipe de profissionais capacitados, e em breve estará expandindo para Apuí.
Sua filha está cursando medicina, sendo um dos grandes orgulhos de Gleice Kelly.
Como diz em Romanos 8:28: “Todas as coisas cooperam para o bem daqueles que amam a Deus.” Assim, Gleice Kelly segue avançando e sendo vitoriosa como profissional e agora como política, sendo uma mulher de lutas, trabalhadora, empreendedora, presidente do PL Mulher em Apuí e vice-presidente do PL Municipal.