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Estudante combate bullying com bom humor após virar meme por crise de risos em Ave Maria: ‘Aceitei’

Nilson Meira, de Votorantim, viralizou em 2014 e atualmente o vídeo original tem mais de 3 milhões de visualizações.

Há 3 anos, Nilson Meira levantava para ir à escola e na calada da madrugada havia se tornado a mais nova “celebridade” da internet. O estudante, hoje aos 13 anos, foi “batizado” por internautas como o “gordinho do Ave Maria” por não conseguir segurar gargalhadas ao vivo durante uma oração transmitida por um canal de TV comunitária.

Morador do bairro Votocel, em Votorantim (SP), o jovem recebeu o G1 em casa. Simpático e sorridente a todo momento, ele diz ter aceitado o “meme” e aprendido a lidar com situações que sucederam a fama na web, como ser abordado por desconhecidos e ser alvo de bullying.

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“Algumas pessoas criticavam dizendo que eu quis ‘zoar’ a religião. De modo algum eu faria isso. Estou desde bebê dentro da igreja que, para mim, é abençoada por Deus. Eu tenho honra de servir. Fora isso, a galera falava que eu estava famoso e queria tirar foto comigo para dar ‘likes’ nas redes sociais deles. Eu aceitei numa boa”, diz.

O adolescente tinha uma rotina comum aos 10 anos e a família, até então, não tinha noção do alcance do vídeo e o resultado da repercussão das imagens. Na época, segundo o pai, Laerte de Jesus Meira, o vídeo tornou-se um transtorno e, em alguns dias, Nilson voltou chorando para casa.

“A gente ficou chocado e sentiu mesmo quando saíamos e o chamavam na rua. Não pudemos dar uma assistência melhor, mas tentávamos acalmá-lo e levar para o lado do humor para contornar a situação”, lembra o aposentado, de 65 anos.

‘Ave Maria cheia de graça…’

O estudante é atuante na igreja católica desde pequeno. Tal devoção o fez integrar o grupo de “coroinhas”, os jovens que auxiliam os padres durante as missas. No entanto, um dos projetos iniciados em 2014 foi a participação dos meninos em orações ao vivo em um programa de televisão local.

Além de Nilson, outras cinco pessoas foram escaladas para participar do encontro ao vivo. Durante a oração, ele conta que um amigo ao lado deu uma cutucada na costela que foi a gota d´água para a crise de risos.

“Dou risada de tudo e estava nervoso, já querendo rir. Sou coceguento e não me aguentei. Até tentei me concentrar e ficar sério, mas não deu. Não era para humilhar nossa religião, nem os santos ou magoar algum indivíduo da igreja”, afirma.

Poucos dias depois, a família foi até o padre, que soube do ocorrido. De acordo com o pai do garoto, o caso foi tratado como uma espécie de “evangelização pelo humor” e tudo foi superado com o amor.

“Teve o lado bom para que ele aprendesse a lidar com a pressão. Pai e mãe não vão durar toda a vida, então nós o incentivamos a saber lidar com essa e as outras situações que surgirão na vida”, afirma o aposentado.

Passada a tensão, hoje o sorriso de Nilson vem acompanhado com um aparelho e o mesmo carisma de três anos atrás. Questionado sobre os transtornos que o peso da “fama” trouxe, ele é positivo.

“Me incentivou a ser aquilo que eu sou, não me importando em dar risada e ser alegre. Muitas pessoas falaram que eu era o bobo alegre, mas é melhor ser alegre e feliz do que aquela pessoa triste, sem dar risada e fechada. Vou fazer o quê? Virei o ‘gordinho do Ave Maria’”, brinca.

g1

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