A Copa do Brasil é a competição mais lucrativa do futebol nacional. Justamente por isso, os clubes de menor investimento apostam no torneio como uma forma de garantir segurança financeira na temporada. O Botafogo-PB, entretanto, optou por recusar uma proposta de mandar a partida contra o Atlético em Brasília, pela segunda fase do mata-mata. O motivo? O aspecto esportivo.
Equipe tradicional da Paraíba, o Botafogo-PB vive grande fase neste início de temporada. São sete vitórias, quatro empates e nenhuma derrota em 2018. Além da Copa do Brasil, o ‘Belo’, como é conhecido, também disputa o Estadual e a Copa do Nordeste. A diretoria confia no time e, especialmente por isso, recusou a proposta de vender o mando de campo por R$ 300 mil.
“Houve essa proposta por parte de uma empresa de marketing através da Federação (Paraibana de Futebol, a FPF), quando o presidente (da FPF) Amadeu (Rodrigues) e o vice-presidente (do Botafogo-PB) Novinho (como é conhecido Guilherme Carvalho do Nascimento) estavam lá na CBF”, explica o diretor executivo de futebol do Botafogo-PB, Francisco Sales.
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A proposta foi apresentada ao clube paraibano no dia 7 de fevereiro, quando os dirigentes citados estavam no Rio de Janeiro para o Conselho Técnico da Confederação Brasileira de Futebol (CBF) sobre a Série C – competição que o Botafogo-PB disputará em 2018. De acordo com o regulamento da Copa do Brasil, havia tempo para que a mudança de mando fosse efetuada e os times se enfrentassem no Mané Garrincha.
A decisão do Botafogo-PB só foi oficializada na tarde dessa sexta-feira, durante entrevista coletiva de Francisco Sales. De acordo com o diretor, a ideia é confiar na força da torcida, que deve comparecer em peso ao Almeidão, em João Pessoa.
“De pronto, a gente não deu continuidade (às negociações), acreditando que a torcida vai fazer a diferença neste jogo contra o Atlético. Não ia ser por esses R$ 300 mil que a gente ia mudar este jogo, porque a gente acredita que a torcida do Botafogo-PB vai fazer a diferença. Já fica aqui o recado sobre a responsabilidade da torcida do Botafogo-PB de comparecer nesta partida”, completou.
O Regulamento Geral das Competições da CBF estabelece que o Botafogo-PB também precisaria da aprovação do Atlético para mudar o jogo de local. O clube mineiro, entretanto, nem precisou ser comunicado formalmente sobre essa possibilidade, já que as negociações não foram para frente.
“Em caso de transferência de partida para outros estados, o clube mandante deverá obter, por escrito, a aprovação e concordância de todos os envolvidos, a saber, a federação ao qual está filiado, a federação anfitriã e o clube visitante, cabendo à CBF/DCO o poder de veto, levando em conta os aspectos técnicos e logísticos”, lê-se no Regulamento estabelecido pela CBF.
Sem os R$ 300 mil da venda de mando de campo, o Botafogo-PB vai em busca dos R$ 1,4 milhão – valor garantido à equipe que avançar para a terceira fase do torneio. Até o momento, o time paraibano – que integra o chamado ‘Grupo III’, que recebe premiações menores nas duas primeiras fases – abocanhou R$ 1,1 milhão na Copa do Brasil.
O Atlético, por sua vez, é um dos sete clubes do ‘Grupo I’ e recebeu R$ 2,2 milhões pela participação até o momento. Se avançar, receberá a mesma quantia prevista para o Botafogo-PB.
A partida está marcada para 21h45 desta quarta-feira. A equipe que vencer se classifica para enfrentar Figueirense ou Oeste-SP. Empate leva a decisão para os pênaltis.
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