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Casas populares são invadidas em Apuí, AM

**Moradores, cansados de esperar por 16 anos e diante de promessas não cumpridas, decidiram ocupar residências inacabadas do Programa Minha Casa Minha Vida**

Foto: Jornalista Maurício Filho

Após 16 anos de espera e muitas promessas não cumpridas, moradores de Apuí, no Amazonas, decidiram invadir as casas populares inacabadas do Programa Minha Casa Minha Vida, do Governo Federal. As casas, abandonadas e tomadas pelo mato, estavam completamente inacabadas. Segundo os invasores, milhões de reais foram repassados ao município para a finalização das obras, mas os recursos nunca foram aplicados.

 

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Dezenas de pessoas decidiram ocupar as casas após perceberem que mais um mandato municipal está chegando ao fim sem que as promessas fossem cumpridas. “Há 16 anos, entra prefeito e sai prefeito, e todos prometem a mesma coisa: que vão entregar as casas. O atual prefeito também prometeu, mas o mandato está acabando e ele nem sequer manda limpar o local”, desabafou uma moradora revoltada, enquanto apontava para o matagal que toma conta da área, acompanhada de duas crianças.

 

Os moradores começaram a limpar o local, retirando o mato e matando cobras, para abrir caminho até as casas já ocupadas. Para eles, não há mais esperança e não querem mais ouvir promessas vazias de políticos que desviam recursos públicos e não terminam a construção das casas.

Foto: Jornalista Maurício Filho

Segundo informações, a Caixa Econômica Federal já realizou repasses milionários para as administrações locais finalizarem as casas, mas o dinheiro nunca foi aplicado na localidade. “A Câmara Municipal é omissa. Os vereadores só fazem a cidade passar vergonha. Nunca se importaram com essa situação. E agora, que invadimos, aparecem aqui com a maior cara de pau dizendo que vão nos apoiar. Apoiar o quê? Vão enganar outras pessoas”, disse um morador enquanto limpava o local com uma foice.

 

Com medo de represálias, muitos moradores não quiseram gravar entrevistas ou aparecer nas imagens da reportagem. No entanto, afirmaram que não sairão do local, nem com reza brava, muito menos com ordem judicial.

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